quinta-feira, 17 de março de 2011

Mais vale andar despenteada

A raça de que vos vou hoje falar, é aquela que nos trata dos cabelo e que quase sempre nos tenta impingir produtos milagrosos.
Quando vou ao cabeleireiro, não é raro fazerem comentários um tanto depreceativos ao meu cabelo. Não por ele estar estragado nem nada que se pareça. Apenas por ser fino.
Desta última vez (experimentei uma nova profissional, da qual até gostei do corte), tive mesmo de chegar ao ponto de responder que este cabelo é o único que tenho, que sempre foi fino e não vai mudar; que foi aquele que os meus pais me deram e que há muita gente que nem cabelo tem... que pachorra. Depois há a pergunta típica: que champô é que usa? Não há paciência!!!

domingo, 13 de março de 2011

Não, desculpe, o senhor é que foi bem educado primeiro!

A minha filha tem uma paixão assolapada por animais.
Na impossibilidade de lhe darmos um gato ou um cão, pois viajamos diversas vezes e seria uma grande complicação, decidimos comprar-lhe dois peixes. São animais menos dependentes, menos exigentes e que (penso eu) não conhecem o dono. Será fácil portanto, em época de férias, deixá-los a alguém que os alimente e lhes mude a água do aquário.
Certo dia, há cerca de duas semanas, dirigi-me à loja de animais que existe relativamente perto da nossa casa para os adquirir. Quando chegou a altura de pagar a conta, deparei-me com a impossibilidade de o fazer com o cartão multibanco, por a loja não dispôr desse sistema. Habituada que estou a não trazer muito dinheiro na carteira, comecei imediatamente a contar os trocos que trazia comigo. Para a totalidade do gasto, faltavam 15 cêntimos. O comerciante disse que não havia problema, que quando por ali passasse pagava o restante. Agradeci o gesto e prometi que num dos dias que ali passasse a caminho da escola, lhe pagaria a quantia em falta.
Passados quatro ou cinco dias assim o fiz. O comerciante ficou tão admirado com a minha atitude que até parecia que eu estava a fazer algo de extraordinário - a meu ver não estava senão a fazer o meu dever.
Agradeceu, agradeceu e agradeceu: "Obrigada pela sua atitude", disse-me ele.
Eu apenas respondi que boas atitudes geram boas atitudes, ou pelo menos era assim que deveria ser.
Não estou aqui para me vangloriar por coisa tão singela, mas dou por mim a pensar que se não somos honestos nas coisas pequenas, como seremos nas grandes? Será que a história não estará a ficar desmesuradamente do avesso, de modo a quem não faça mais do que a sua obrigação seja digno de louvor? Pela reacção do comerciante estou em crer que a maior parte das pessoas anda demasiado ocupada para se preocupar com coisas tão pequenas como seja a boa educação.

Santa ignorância

Cá p'ra mim, entendo a Educação como uma árvore.
Será que existe numa árvore alguma parte mais importante do que outra?
Não acredito que a natureza em toda a sua magnitude tivesse diminuído qualquer um dos seus constituintes:
As raízes embora escondidas, desempenham o seu papel, assim como o tronco, sólido e por vezes rude, os ramos, finos e singelos, as folhas esvoaçantes, as flores cândidas e suaves e os frutos suculentos. Cada um no seu viver coexistindo e colaborando para um bem comum: a sua sobrevivência.

Como já disse, a Educação está para mim, como uma árvore está para a natureza.

Deste modo entendo a Educação Pré-escolar como sendo a raíz, o Primeiro-ciclo, como o tronco, a Segundo-ciclo, como os ramos, o Terceiro-ciclo como as folhas, o Secundário como as flores e todo o ensino superior como os frutos. Resta referir um componente: a seiva, mas essa será para mim a vontade de cada discente em se tornar instruído, em aprender.
Deste modo não entendo como é que alguns dos profissionais desta grande árvore que é a educação se podem sentir mais importantes e superiores a outros, será que podem existir por si só?
Santa ignorância!!!

domingo, 6 de março de 2011

Hoje sangrei

Sou mãe há apenas 19 meses e 24 dias, ainda há muitas experiências que me são estranhas, outras vão-se tornando familiares na rotina dos dias.
Hoje pela primeira vez vi a minha filha sangrar.
Não que nunca tenha visto antes o seu sangue, porque já fez recolha para análises por duas vezes.
Não, não é a isso que me refiro.
Não foi nada de muito sério, alguns passos menos bem medidos, uma pequena queda que resultou num embate da sua boca com o chão que fez com que um riacho vermelho se assomasse dela.
A minha primeira reacção foi um estremecimento, muito estranha essa sensação que durou apenas uns escassos, muito escassos segundos (pois corri a socorrê-la e a tratar do seu ferimento), mas que me deu tempo de perceber que aquele sangue jorrava de mim, mas sem me provocar dor física. Ñão sei o que me deu, gostava de saber se mais alguém já alguma vez sentiu isto...
Hoje percebi que mãe sangra sem corte, que mãe sente sem dor, mas que mãe ama desmesuradamente já me apercebi há muito tempo.